quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Boa Nova

E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor."  [Paulo - Efésios 6,4]


sábado, 10 de outubro de 2009

Afeição [Joanna de Ângelis]

Quando um espírito valoroso derrama a taça de afeição e do socorro legítimo no gral de quem sofre, o mundo se engrandece com ele.

Joanna de Ângelis

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Boa Nova


Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais, no Senhor, porque isto é justo. [Paulo - Efésios 6,1]




terça-feira, 29 de setembro de 2009

Boa Nova

"Não desprezes o dom que há em ti".

[Paulo - I Timóteo, 4:14]




domingo, 20 de setembro de 2009

Mensagem de Joanna de Angelis - ABORTAMENTO


ABORTAMENTO

Dentre os crimes perpetrados contra a Humanidade, avulta-se, em gravidade, o abortamento delituoso.

Sejam quais forem as justificativas apresentadas para interromper-se a vida fetal em desenvolvimento - excetuando-se o aborto terapêutico para salvar-se a vida da gestante - quem se entrega ao nefando tratamento abortivo, incide em delito grave de difícil recuperação.

A vida não é patrimônio da criatura humana, que apenas empresta ao Espírito o envoltório carnal transitório, não lhe cabendo, portanto, o direito de a fazer cessar.

Além, disso, a interrupção da vida física, de forma alguma anula a de natureza espiritual, que é a verdadeira, independente da organização material, não obstante, esta, não subsista sem aquela.

A vida orgânica inicia-se no momento da fecundação, e, qualquer medida de eliminação ou impedimento do seu finalismo, significa crime, mesmo quando não considerado pelas legislações humanas...

Um filho, em qualquer circunstância, é compromisso assumido antes do berço pelos genitores, que responderão perante as divinas Leis, pelo comportamento a que se entreguem.

Em conseqüência, a união sexual não pode prescindir da responsabilidade, nem do enobrecimento do amor, a fim de que não derrape na vulgaridade do  instinto, dando curso a paixões dissolventes e constituindo algema

escravizadora, quando deveria ser emulação ao progresso, estímulo à felicidade e à paz.

Argumentos de natureza sócio-econômico-cultural são colocados como mecanismo de evasão ao compromisso perante a vida, gerados pelo egoísmo de quantos não desejam repartir os excessos de que desfrutam, transformando esses valores abundantes em empregos, escolas, oportunidades de dignificação social, de integração comunitária entre aqueles que padecem limite ou escassez...

Colocações e enfoques apresentados como de direito da Mulher ou do homem deliberar quanto ao prosseguimento ou não da gestação, caracterizam-se pelo mesmo sentimento ególatra, que se alia ao utilitarismo e ao orgulho para escapar-se da responsabilidade.

Justificativas de superpopulação carecem de legitimidade ante a prática do aborto, por não encontrarem apoio na ética-moral nem na religião, desde que a  ciência moderna oferece alguns recursos e técnicas não criminosos para o planejamento familiar.

Diante da tentação do abortamento criminoso, opta pela oportunidade para o planejamento familiar.

Já que o não podes consultar, se ele gostaria ou não de ser assassinado, faculta-lhe a bênção da reencarnação e ama-o, seja qual for a circunstância em que te chega.

Oferta-lhe carinho e ampara-o hoje, a fim de que ele te proteja amanhã.

E mesmo que o filho não te venha a amparar mais tarde, terás a consciência tranqüila, que te constituirá passaporte ante a duna da vida espiritual que

atravessarás, mais tarde, livremente, ante os códigos supremos da Divina Consciência geradora e condutora da vida em todas as suas manifestações.


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Livro: Luz Viva [Divaldo P. Franco]

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Boa Nova

"Examinai tudo. Retende o bem."

Paulo [I Tessalonicenses, 5:21]


Conflito [Emmanuel]


"Cada conflito que improvisamos ser-nos-á deplorável tumulto na mente, tanto quanto cada gesto de amor erigir-se-nos-á por luz crescente, na travessia do nevoeiro."
Emmanuel












sábado, 12 de setembro de 2009

Texto de reflexão: Livro Vinha de Luz

Véus

                  "Mas quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará." - Paulo. (II CORÍNTIOS, 3:16.) 

Não é fácil rasgar os véus que ensombram a mente humana.

Quem apenas analisa, pode ser defrontado por dificuldades inúmeras, demorando-se muito tempo nas interpretações alheias.

Quem somente se convence, pode tender ao dogmatismo feroz.

Muitos cientistas e filósofos, escritores e pregadores assemelham-se aos pássaros de bela plumagem, condenados a baixo vôo em cipoais extensos. Vigorosas inteligências, temporariamente frustradas por véus espessos, estão sempre ameaçadas de surpresas dolorosas, por não se afeiçoarem, realmente, às verdades que elas mesmas admitem e ensinam.

Exportadores de teorias, olvidam os tesouros da prática e dai as dúvidas e negações que, por vezes, lhes assaltam o entendimento. Esperam o bem que ainda não semearam e exigem patrimônios que não construíram, por descuidados de si  próprios.

Conseguem teorizar valorosamente, aconselhar com êxito, mas, nos grandes momentos da vida, sentem-se perplexos, confundidos, desalentados... É que lhes  falta a verdadeira transformação para o bem, com o Cristo, e, para que sintam efetivamente a vida eterna com o Senhor, é indispensável se convertam ao serviço de redenção. Somente quando chegam a semelhante cume espiritual é que se libertam dos véus pesados que lhes obscurecem o coração e o entendimento, atingindo as esferas superiores, em vôos sublimes para a Divindade. 
 
 
 
 

Texto de reflexão de 19/08/2009

Livro Vinha de Luz

Pelo Espírito de Emmanuel

Pág.32  
 

Mensagem de Joanna de Angelis - CONSIDERANDO A LIBERDADE


CONSIDERANDO A LIBERDADE


Ardorosos propagandistas da liberdade ateiam o fogo da revolução, propondo a destruição dos impositivos escravagistas, fomentando lamentáveis guerras de extermínio, em cujos campos juncados de cadáveres são hasteadas as bandeiras dos "direitos dos homens".

Sinceros lidadores do bem, apiedados da situação dos escravos submetidos a hediondo jugo, por preconceito de cor, de raça, de religião, estimulam os ideais de liberdade, arrojando fora as cangas impiedosas da dominação arbitrária, muitas vezes doando a própria vida em favor da causa que abraçam.

Diplomatas infatigáveis exaurem-se em tentativas de acordos pacíficos, lutando tenazmente para arrancar da servidão povos minoritários e nações esfaceladas pelas lutas intestinas ou alienígenas, restaurando-lhes a liberdade.

Economistas cuidadosos e sociólogos abnegados trabalham afanosamente, conquistando para os diversos povos da Terra a liberdade através do equilíbrio da balança financeira internacional, que ainda padece de monopólios infelizes.

Sanitaristas e profissionais da saúde mergulham nos laboratórios de pesquisa, buscando debelar as causas matrizes das doenças que dizimam multidões, oferecendo-lhes a liberdade de movimento e equilíbrio, na conjuntura carnal.

A liberdade real, no entanto, transcende aos fatores e circunstâncias ambientais.

Com sabedoria ensinou o Mestre: — "Buscai a verdade e a verdade vos libertará."

Somente a perfeita identificação da criatura com o Criador concede-lhe a liberdade plena.

Nos países civilizados, onde os ideais da liberdade levantaram respeitáveis estados democráticos, pululam os escravos das ambições inferiores que menoscabam os direitos do próximo e promovem métodos de abomináveis dependências; transitam pelas imensas avenidas do Orbe os dependentes das drogas sob estigmas cruéis; movimentam-se milhões de submissos à sexualidade tresvariada1, em estados desesperadores; multiplicam-se os dependentes de viciações várias a que se entregam, em marcha inexorável para o suicídio ou a loucura...

Prisioneiros das necessidades dissolventes não fruem das liberdades humanas, antes, delas se utilizam, para mais vitalizarem os caprichos e os condicionamentos a que se jugulam2, em alucinadas buscas do prazer extenuante.

Respeita os heróis de todos os povos, que libertaram as pátrias da subjugação externa, sacrificando-se pelo ideal que abraçavam.

Luta, no entanto, pela libertação interior dos algozes que residem no teu mundo íntimo, vencendo com crueldade os teus propósitos superiores.

Livre é todo aquele que ama, serve e crê, não se impondo a ninguém e porfiando no combate da luz contra a treva que tenta obstaculizar3 a verdade que liberta para sempre.

...E se for necessário dar a vida física, sob qual condição seja, para que a mensagem do Senhor atinja as criaturas do teu caminho, alegra-te e doa-a, porquanto morrendo, nascerás para a vida plena e livre.


Joanna de Ângelis
Livro: Otimismo [Divaldo P. Franco]


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tresvariado - acompanhado de desatinos; acompanhado de falta de juízo.
jugular - dominar moralmente ou pela força.
obstaculizar - criar dificuldade, impedimento, obstáculo.


Texto de reflexão: Livro Vinha de Luz

Indicação de Pedro

              "Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a." - Pedro. (I PEDRO, 3:11.) 

A indicação do grande apóstolo, para que tenhamos dias felizes, parece extremamente simples pelo reduzido número de palavras, mas revela um campo  imenso de obrigações.

Não é fácil apartar-se do mal, consubstanciado nos desvios inúmeros de nossa alma através de consecutivas reencarnações, e é muito difícil praticar o bem, dentro das nocivas paixões pessoais que nos empolgam a personalidade, cabendo-nos ainda reconhecer que, se nos conservarmos envolvidos na túnica pesada de nossos velhos caprichos, é impossível buscar a paz e segui-la.

Cegaram-nos males numerosos, aos quais nos inclinamos nas sendas evolutivas, e acostumados ao exclusivismo e ao atrito inútil, no desperdício de energias sagradas, ignoramos como procurar a tranqüilidade consoladora. Esta é a situação real da  maioria dos encarnados e de grande parte dos desencarnados que se acomodam aos círculos do homem, porque a morte física não soluciona problemas que condizem com o foro íntimo de cada um.

A palavra de Pedro, desse modo, vale por desafio generoso.

Nosso esforço deve convergir para a grande realização.

Dilacere-se-nos o ideal ou fira-se-nos a alma, apartemo-nos do mal e pratiquemos o bem possível, identifiquemos a verdadeira paz e sigamo-la. E tão logo alcancemos as primeiras expressões do sublime serviço, referente à própria edificação, lembremo-nos de que não basta evitar o mal e sim nos afastarmos dele, semeando sempre o bem, e que não vale tão-somente desejar a paz, mas buscá-la e segui-la com toda a persistência de nossa fé. 
 
 
 

Texto de reflexão de 26/08/2009

Livro Vinha de Luz

Pelo Espírito de Emmanuel

Pág.33

Humildade [Joanna de Ângelis]


No culto da humildade não tenhas a presunção de resolver todos os problemas que te chegam.

Joanna de Ângelis



Boa Nova

"Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados."

Paulo [I Coríntios, 15:51]


Texto de reflexão: Livro Vinha de Luz

Em peregrinação

                  "Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura." - Paulo.(HEBREUS, 13:14.) 

Risível é o instinto de apropriação indébita que assinala a maioria dos homens.

Não será a Terra comparável a grande carro cósmico, onde se encontra o espírito em viagem educativa?

Se a criatura permanece na abastança material, apenas excursiona em aposentos mais confortáveis.

Se respira na pobreza, viaja igualmente com vistas ao mesmo destino, apesar da condição de segunda classe transitória.

Se apresenta notável figuração física, somente enverga efêmera vestidura de aspecto mais agradável, através de curto tempo, na jornada empreendida.

Se exibe traços menos belos ou caracterizados de evidentes imperfeições, vale-se de indumentária tão passageira quanto a mais linda roupagem do próximo, na peregrinação em curso.

Por mais que o impulso de propriedade ateie fogueiras de perturbações e discórdias, na maquinaria do mundo, a realidade é que homem algum possui no chão do Planeta domicílio permanente. Todos os patrimônios materiais a que se atira, ávido de possuir, se desgastam e transformam. Nos bens que incorpora ao seu nome, até o corpo que julga exclusivamente seu, ocorrem modificações cada dia, impelindo-o a renovar-se e melhorar-se para a eternidade.

Se não estás cego, pois, para as leis da vida, se já despertaste para o entendimento superior, examina, a tempo, onde te deixará, provisoriamente, o comboio da experiência humana, nas súbitas paradas da morte. 
 
 
 

Texto de reflexão de 02/09/2009

Livro Vinha de Luz

Pelo Espírito de Emmanuel

Pág.34

Boa Nova

"Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros para que sareis."

[Tiago, 5:16]



Palavras [Emmanuel]

"Reflete no tesouro da fala e ajuda ao próximo com as boas palavras."
Emmanuel












quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Texto de reflexão: Livro Vinha de Luz

Apliquemo-nos

                  "E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos." - Paulo. (TITO, 3:14.)

É preciso crer na bondade, todavia, é indispensável movimentarmo-nos com ela, no serviço de elevação.

É necessário guardar a fé, contudo, se não a testemunhamos, nos trabalhos de cada dia, permaneceremos na velha superfície do palavrório.

Claro que todos devemos aprender o caminho da iluminação, entretanto, se nos não dispomos a palmilhá-lo, não passaremos da atitude verbalista.

Há no Espiritismo cristão palpitantes problemas para os discípulos de todas as situações.

É muito importante o conhecimento do bem, mas que não esqueçamos as boas obras; é justo se nos dilate a esperança, diante do futuro, à frente da sublimidade dos outros mundos em glorioso porvir, mas não olvidemos os pequeninos deveres da hora que passa.

De outro modo, seríamos legiões de servidores, incapazes de trabalhar, belas figuras na vitrina das idéias, sem qualquer valor na vida prática.

A natureza costuma apresentar lindas árvores que se cobrem de flores e jamais frutificam; o céu, por vezes, mostra nuvens que prometem chuva e se desfazem sem qualquer benefício à terra sedenta.

As escolas religiosas, igualmente, revelam grande número de demonstrações dessa ordem. São os crentes promissores e infrutuosos, que a todos iludem pelo aspecto brilhante. Dia virá, porém, no qual se certificarão de que é sempre melhor fazer para ensinar depois, que ensinar sempre sem fazer nunca. 
 
 
 
 
 

Texto de reflexão de 12/08/2009

Livro Vinha de Luz

Pelo Espírito de Emmanuel

Pág.31

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Boa Nova

"Andai como filhos da luz."

Paulo [Efésios , 5:8]


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Texto de hoje: Livro Vinha de Luz

E olhai por vós

                  "E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria1, de embriaguez e dos cuidados desta vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia." - Jesus. (LUCAS, 21:34.)

Em geral, o homem se interessa por tudo quanto diga respeito ao bem-estar imediato da existência física, descuidando-se da vida espiritual, a sobrecarregar sentimentos de vícios e inquietações de toda sorte. Enquanto lhe sobra tempo para comprar aflições no vasto noticiário dos planos inferiores da atividade terrena, nunca encontra oportunidade para escassos momentos de meditação elevada. Fixa com interesse as ondas destruidoras de ódio e treva que assolam nações, mas não vê, comumente, as sombras que o invadem. Vasculha os males do vizinho e distrai-se dos que lhe são próprios.

Não cuida senão de alimentar convenientemente o veículo físico, mergulhando-se no mar de fantasias ou encarcerando-se em laços terríveis de dor, que ele próprio cria, ao longo do caminho.

Depois de plasmar escuros fantasmas e de nutrir os próprios verdugos, clama, desesperado, por Jesus e seus mensageiros.

O Mestre, porém, não se descuida em tempo algum e, desde muito, recomendou vele cada um por si, na direção da espiritualidade superior.

Sabia o Senhor quanto é amargo o sofrimento de improviso e não nos faltou com o roteiro, antecedendo-nos a solicitação, há muitos séculos.

Retire-se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxamento do dever, alije as inquietações mesquinhas - e estará preparado à sublime transformação.

Em verdade, a Terra não viverá indefinidamente, sem contas; contudo, cada aprendiz do Evangelho deve compreender que o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem.

__________________

glutonaria - vício de glutão, voracidade; avidez de comida. 
 
 

Texto de reflexão de 29/07/2009

Livro Vinha de Luz

Pelo Espírito de Emmanuel

Pág.29



Desejos [Joanna de Ângelis]

Aqueles que desejassem serenidade antes da sementeira e bênção antes do merecimento, certamente veriam com desencanto a terra cobrir-se de cardo e urze, perdendo o tempo e a oportunidade.

Joanna de Ângelis



Mensagem de Joanna de Angelis - FELICIDADE POSSÍVEL


FELICIDADE POSSÍVEL



Acreditavas que a felicidade seria semelhante a uma ilha fantástica de prazer constante e paz permanente. Um lugar onde não houvesse preocupação, nem se apresentasse a dor; no qual os sorrisos brilhassem nos lábios, e a beleza engrinaldasse de festa as criaturas.

Uma felicidade feita de fantasias parecia ser a tua busca.

Planejastes a vida, objetivando encontrar esse reino encantado, onde, por fim, descansasses da fadiga, da aflição e fruísses a harmonia.

Passam-se anos, e somas frustrações, anotando desencantos e amarguras, sem anelada conquista.

Lentamente, entregas-te ao desânimo, e sentes que estás discriminado no mundo, quando vês as propagandas apresentadas pela mídia, nas quais desfilam os jovens, belos e jubilosos, desperdiçando saúde, robustez, corpos venusinos e apolíneos, usando cigarros e bebidas famosas, brincando em iates de luxo, ou exibindo-se em desportos da moda, invejáveis, triunfantes...

Crês que eles são felizes...

* * *

Não sabes quanto custa, em sacrifício e dor, alcançar o topo da fama e permanecer lá.

Sob quase todos aqueles sorrisos, que são estudados, estão a face da amargura e as marcas do ressaibo, do arrependimento.

Alguns envenenaram a alma dos charcos por onde andaram, antes de serem conhecidos e disputados.

Muitos se entregaram a drogas perturbadoras, que lhes consomem a juventude, qual ocorreu com as multidões de outros, que os anteciparam e desapareceram.

Esquecidos e enfermos, aqueles que foram pessoas-objeto, amargam hoje a miséria a que se acolheram ou foram atirados.


* * *

Felicidade, porém, é conquista íntima.

Todos os que se encontram na Terra, nascidos em berços de ouro ou de palha, homenageados ou desprezados, belos ou feios, são feitos do mesmo barro frágil de carne, e experimentam, de uma ou de outra forma, vicissitudes, decepções, doenças e desconforto.

Ninguém, no mundo terreno, vive em regime especial. O que parece, não excede a imagem, a ilusão.

* * *

Se desejas ser feliz, vive, cada momento, de forma integral, reunindo as cotas de alegria, de esperança, de sonho, de bênção, num painel plenificador.

As ocorrências de dor são experiências para as de saúde e de paz.

A felicidade não são coisas: é um estado interno, uma emoção.

Abençoa os acidentes de percurso, que denominas como desdita, segue na direção das metas, e verás quantas concessões de felicidade pela frente, aguardando por ti.

Quem avança monte acima, pisa pedregulhos que ferem os pés, mas também flores miúdas e verdejante relva, que teimam em nascer ali colocando beleza no chão.

Reúne essas florezinhas em um ramalhete, toma das pedras pequeninas fazendo colares, e descobrirás que, para a criatura ser feliz, basta amar e saber discernir, nas coisas e nos sucessos da marcha, a vontade de Deus e as necessidades para a evolução.


Joanna de Ângelis
Livro: Momentos Enriquecedores [Divaldo P. Franco]

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Emmanuel

"Não comentes o mal para que o mal não se estenda, não te refiras à sombra para que a sombra te não envolva o caminho."


Emmanuel



segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mensagem de Joanna de Angelis - NOSTALGIA E DEPRESSÃO

NOSTALGIA E DEPRESSÃO

 

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se  estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.
 
O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.
 
Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia1.
 
A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas2 do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.
 
Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional.
 
A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.
 
Esse deperecimento3 emocional, fez-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.
 
A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.
 
Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo utilizado com precisão na função que lhe diz  respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve.
 
Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias4 perturbadoras na conduta psicológica.
 
No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida.
 

À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade. Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde.

Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.

Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.
 
A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.
 
O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de exteriorização.

Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos,  ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora.

Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.
 
É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo superando o estado depressivo.
 
Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças próprias ou alheias, um falso estoicismo5 contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se  transforme em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros.
 
Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da couraça retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo.
 
Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.
 
Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular6, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...
 
Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina, determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio.
 
Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.
 
Nesse aspecto, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico, direcionando o paciente para a etapa trágica da autodestruição.
 
Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração7, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos8.
 
O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da idéia depressiva, da auto-compaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.
 
Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas9 que intoxicam os centros de força.
 
Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.
 
A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram mais complexidades e dificuldades de recuperação.
 
Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.
 
O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.



Joanna de Ângelis
Livro: Amor Imbatível Amor [Divaldo P. Franco]


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homizio - crime ou malefício que, segundo as leis antigas, era punido com a morte, desterro etc.; homicídio; (fig) esconderijo.
transato - que já não existe, que já passou; passado.
deperecer - perecer; morrer pouco a pouco, ou debilitar-se progressivamente.
enarmonia - (mus.) passagem em que o mesmo tom é designado com duas notas diferentes (ex.: dó sustenido e ré bemol).
estoicismo - doutrina filosófica (fundada por Zenão no séc. III a.C.) que prega a rigidez moral e a serenidade diante das dificuldades; aceitação serena dos problemas e do sofrimento.
patibular - de aparência sinistra ou criminosa; referente a patíbulo (instrumento de tortura para executar os condenados à morte).
autocomiseração - autopiedade; compaixão por si mesmo.
neurolépticos - diz-se de certas substâncias que têm um efeito sedativo sobre o sistema nervoso.
miasma - vapor ou emanação malcheirosa, exalada por matéria orgânica em decomposição; sensação de opressão, de asfixiamento, de sufocação.

 

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Divulgação: A CORAGEM DA FÉ

A CORAGEM DA FÉ

 

Vitorino José Moreira Neto



Aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu também o reconhecerei e confessarei diante de meu Pai que está nos céus; — e aquele que me renegar diante dos homens, também eu o renegarei diante de meu Pai que está nos céus. — (S.MATEUS, cap. X, vv. 32 e 33.)




Estes alertas foram feitos aos doze apóstolos quando Jesus lhes falou de suas missões, e os direcionou para a pregação de sua palavra pelo mundo.

Entre outros alertas, encontramos também os cuidados que os apóstolos devem ter para não cair nas mãos dos inimigos do bem. Recomendou que devessem ser prudentes como a serpente e simples como a pomba.

Alertou para as perseguições que sofreriam, para os perigos de morte e para todas as brigas e adversidades que seus ensinamentos causariam no mundo.

É sempre recomendado que tomemos a Bíblia e procuremos ler na íntegra todo o capítulo a que se refere o tema para podermos melhor compreender o contexto em que se deu o ensinamento.

Estes alertas são úteis para todos nós e muitos se perguntam porque devemos entendê-los se foram direcionados explicitamente para os apóstolos. Se lermos todo o contexto veremos que Jesus recomendou aos apóstolos que "O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados." (Mateus, X, 27). Portanto, tudo o que Jesus disse em segredo aos apóstolos é direcionado a toda a humanidade e seu entendimento é indispensável para o nosso progresso espiritual.

Confessar Jesus diante dos homens é uma opção de cada um porque está diretamente relacionado à fé que possuímos.

Para os primeiros cristãos, esta confissão era muito mais problemática do que para nós hoje em dia, pelo menos no tocante ao aspecto material da questão. Isto porque, logo após a crucificação, iniciou-se um processo de caça aos cristãos. Os capturados eram obrigados a negar o Cristo sob pena de serem atirados aos leões ou queimados vivos em fogueiras públicas.

Temos vários exemplos de cristãos que demonstraram toda a coragem de sua fé, não temendo nem mesmo a morte.

Mas, se tivéssemos que destacar um dos maiores exemplos de coragem da fé, falaríamos sem dúvida alguma sobre Paulo de Tarso.

Filho de um graduado soldado romano com uma mulher hebraica, foi desde cedo iniciado no conhecimento das Leis de Moisés e, quando o cristianismo já se expandia e a caça aos cristãos já havia se iniciado, Paulo estava sendo preparado para ser um dos sacerdotes fariseus. Homem rico e com um poder imenso sobre a sociedade hebraica, renunciou a tudo que tinha: sua posição social, seu poder temporal, sua fortuna, para dedicar-se a divulgação daquela que se tornou a sua fé verdadeira: o cristianismo. Na estrada de Damasco, quando foi inquirido pelo próprio Jesus porque o perseguia, deu-se conta da verdade e a assumiu publicamente, sem medo e com muita coragem e determinação.

No Brasil, o melhor exemplo que tivemos foi de Bezerra de Menezes quando declarou publicamente sua adesão ao Espiritismo sem se importar com as conseqüências sociais, que não foram poucas. Sua decisão repercutiu em toda a alta sociedade como uma bomba, já que a prática do Espiritismo era tido como coisa vulgar.
Hoje em dia, com o cristianismo bem difundido e aceito, declarar-se cristão é algo bem simples, e o fazemos sem preocupações ou constrangimentos.

Mas o problema começa a complicar quando somos mais explícitos. O conceito de "cristão" mudou muito. No início, cristão eram os seguidores do carpinteiro crucificado. Hoje este conceito é bastante genérico. Já que não somos capazes de entender seus ensinamentos da mesma maneira, criamos várias escolas, algumas chamadas igrejas ou templos, e demos o nome de religião. Por isso, ao dizermos que somos cristãos temos também que identificar à qual escola estamos vinculados.

Neste ponto nossa fé começa a balançar. Dependendo da situação, nos declaramos desta ou daquela religião. E se necessário, até mesmo negamos Jesus e dizemos que somos partidários das escolas orientais. Dizemos que somos Budistas ou qualquer outra coisa que a conveniência assim exigir.

Para não constranger a própria consciência, algumas pessoas usam termos nem um pouco criativos. Dizem que são "católico-espíritas", ou então "sou cristão! Acredito em todas!" Como se tais religiões existissem.

O que nos leva a tomar posições como essa é justamente a nossa falta de fé. Na verdade, o que estamos afirmando é que não temos fé alguma, que estamos nos acovardando e negando Jesus de uma maneira muito mais vergonhosa do que a negação de Pedro. Trocamos os valores espirituais pelos materiais e sempre nos colocamos no lado que melhor se adapte às nossas necessidades e aos nossos interesses, naquele momento e despreocupados com o futuro. Triste engano, porque desta vida só levaremos o que de fato é nosso: nossos sentimentos, nossas crenças e nossa consciência. O resto, tudo aquilo pelo qual renunciamos a Jesus, aqui permanece, não nos trazendo qualquer benefício na vida futura.

É evidente que ao nos tornarmos espíritas ainda carregamos conosco muitos hábitos e crenças adquiridos na antiga religião. É muito compreensível que por algum tempo mantenhamos velhos conceitos. Mas também admitimos que os hábitos anteriores precisam ser substituídos por novos hábitos o mais rápido possível.

Na verdade, pouco ou nada sabemos sobre a fé.

É verdade que o conceito de fé é muito amplo. Por fé podemos entender como a crença que cada um credita em si mesmo. Esta fé é muito útil e necessária no nosso dia a dia porque se não acreditarmos em nossa própria capacidade, estaremos fatalmente destinados ao fracasso em qualquer tentativa. Ao iniciarmos um projeto ou uma tarefa qualquer, já nos consideramos derrotados.

Existe a fé que temos na existência de algo ou de alguém. Assim, quando falamos que temos fé em Deus o que estamos querendo dizer é que acreditamos que Deus existe. Quando digo que tenho fé em Jesus quero dizer que acredito que Jesus tenha existido. Esta é o tipo de fé sem compromisso. Acredito, mas nada faço.

Existe a fé religiosa que é a fé que depositamos nos conceitos religiosos que recebemos no ambiente que freqüentamos. É desta fé que estamos falando.

Somos cristãos porque temos fé nas palavras de Jesus.

Mas, vamos ser mais detalhados: o que é ter fé nas palavras de Jesus?

Não se trata de apenas acreditar que Jesus tenha dito isto ou aquilo. Acreditar que ele tenha existido. A fé implica necessariamente acreditar, ter confiança e certeza naquilo que se acredita. Acreditar em Jesus é o mesmo que dizer que farei das minhas ações um resultado natural do seu ensinamento.

Por isto, a fé está muito mais comprometida com nossa consciência, com nosso mundo interior do que com o mundo exterior.

Uma das diferenças entre a pessoa que não tem fé e outra que tem a verdadeira fé é que a primeira diz que acredita. Quando acreditamos não temos certeza da nossa fé. A nossa fé ainda é duvidosa. Já aqueles que tem a verdadeira fé nunca dizem que acreditam, dizem simplesmente: "eu sei!".

Mostrar-se cristão aos olhos do mundo não é uma tarefa das mais difíceis. Difícil, mesmo é provar para si mesmo o quanto se é cristão.

Podemos enganar o mundo por algum tempo, mas jamais poderemos enganar as nós mesmos.

Algumas pessoas acham que tem tanta fé, acreditam tanto nas palavras do Cristo que acham serem as únicas possíveis e passam a condenar as outras. Tornam-se pessoas prepotentes, arrogantes e não dão ouvidos a outros conceitos.

A este comportamento damos o nome de fanatismo. É a fé levada ao extremo.

Ponderar sobre a crença é trabalho individual. Para não cair no fanatismo precisamos assumir nossa fé.

As necessidades sociais nos forçam, às vezes, a nos posicionar de forma a acomodar nossa vontade e nossas necessidades. Negamos nossa crença. Também fazemos isto quando surge um problema qualquer. Somos bem confiantes quando está tudo bem, mas diante da primeira dificuldade damos a volta e negamos.

Justificamos a nossa covardia alegando que mesmo Pedro negou Jesus três vezes. É o escudo dos covardes porque só imitamos Pedro na negação mas não o imitamos na coragem e perseverança, envolvido que esteve por diversas situações críticas. Ao morrer, queriam crucificá-lo mas, por não se achar a altura do mesmo sacrifício de Jesus, teve seu pedido atendido e foi crucificado de cabeça para baixo.

A sociedade não mais exige que morramos pela nossa fé. Mas nossa consciência precisa tranqüilizar-se porque estamos com fé.

Seguir ou não seguir? Fazer ou não fazer? Tentar ou não tentar? Situações como estas não nos dá o meio–termo. Ou avança ou recua, ou faz ou não faz. É nesses momentos que testamos nossa fé. Quem tem fé é corajoso, arrojado, confiante sem ser prepotente ou orgulhoso. Quem tem fé acredita em si mesmo e sabe que qualquer que seja o resultado, Deus lhe reserva a melhor parte. Mesmo que ocorra um prejuízo, uma perda saberá retirar de toda e qualquer situação desagradável uma oportunidade de aprendizado e se esforçará para não cometer o mesmo erro porque aprende com cada lição da vida. E sabe que cada erro que comete é uma lição que recebe e aprende com ela ao invés de viver se lamentando. Sabe que o que possui hoje, seja sua miséria, seu desemprego, ou sua alta posição social são conquistas igualmente facilitadoras de seu aprendizado e crescimento.

A pessoa que tem a verdadeira fé é paciente e calma. Não se desespera diante das dificuldades porque acredita na bondade e na justiça Divinas.

Diferente daquele que não tem fé, que recua no primeiro obstáculo. Que prefere não enfrentar as dificuldades e prefere botar a culpa em Deus dizendo que Deus "não gosta de mim". Quanto mais lamentações, menos fé, mais covardia. Maior a fraqueza.

O que tem fé não é destemido. Também tem seus medos, também se sente frágil, também chora, experimenta a solidão, se surpreende, mas aprende com cada situação e fortalece-se para os próximos compromissos.

Persegue seus ideais e luta por aquilo que deseja, mas recua quando percebe que a conseqüência de seus atos pode prejudicar alguém.

Para podermos melhor entender, façamos um exercício e procuremos nos lembrar das pessoas de alguma família, ou mesmo da nossa família que sempre foi taxado como a "ovelha negra". Geralmente a "ovelha negra" é assim chamada por ter pensamentos e comportamentos diferentes dos demais familiares. É visto como aquele que não faz nada certo, e muitas vezes, se não sempre, é motivo de chacotas e zombarias. A "ovelha negra" nem sempre está errada. Apenas tem pensamentos e comportamentos diferentes. Parece que não "se enquadra" no perfil da família.

O tempo passa, os anos vem e vão, e a "ovelha negra" continua a perseguir os mesmos sonhos e ideais de outrora. Mesmo adulto, ainda é taxado de "esquisito". Mas chega o dia em que a "ovelha negra" vence e conquista o ideal que perseguiu, às vezes como muito esforço e sacrifícios. Geralmente a família reconhece seus méritos, reconhece, surpresa, que a "ovelha negra" venceu mas não admite que estava errada.

Esta "ovelha negra", nesta situação, é a pessoa que verdadeiramente tem fé. Acreditou, mesmo contra todas as pessoas que ama. Persistiu.

E quantas vezes sofremos zombarias, somos chamados dos mais diversos nomes, e muitas outras coisas apenas porque lutamos pelo que acreditamos? Quantas vezes, por causa desta situação familiar, deixamos de lado um sonho, um ideal apenas para satisfazer nossos parentes, com medo de enfrentar a sua desaprovação?

E quando este ideal, este sonho envolve Jesus, e também renunciamos ao ideal apenas para não nos opormos aos nossos parentes?

Quando nos tornamos espíritas, quando vamos ao Centro ou quando fazemos o Evangelho no Lar estamos procurando o melhor para nós. Estamos tentando adquirir uma consciência espiritu-al da nossa realidade que muitas vezes nossos parentes não perceberam. E por isso sofremos pressões em diversas formas para negar Jesus. E se não formos corajosos, se preferir a covardia da acomodação, permaneceremos amargurando as trevas do sofrimento que causamos para nós mesmos.
Mas não é apenas nesta situação que mostramos nossa covardia ou nossa coragem.

Problemas, todos têm. Sofrimentos, como sempre os temos de sobra. O que muda é a forma como nos comportamos diante deles.

É verdade que nossos problemas não nos incomodam 24 horas por dia, 7 dias por semana. Só muito raramente isto acontece. Temos dias alegres, temos épocas que estamos nos sentindo tão bem, mas tão bem, que não encontramos obstáculo algum em vir ao Centro, em praticar o Evangelho no Lar, e realizar nossas orações diárias, e ficamos felizes ao perceber que nossa fé está aumentando. Comentamos emocionados os casos maravilhosos que os Espíritos Protetores nos promovem. E achamos que esta situação nunca vai acabar, e que quando morrermos, iremos direto para as cidades da espiritualidade onde vivem os espíritos superiores. Aí, de repente, alguma coisa acontece. Não percebemos, mas chegou a hora de exercitar esta fé, de convencermos a nós mesmos que nossa fé realmente é forte. E os problemas parecem que não param de crescer. Aos poucos, vai minando nossa resistência e nos revoltamos.

Daí, perdemos a paciência, começamos a procurar justificativas para nossos atos, esquecidos de que tudo o que nos acontece, de bom ou de ruim, nada mais é do que nossa própria aquisição. É o resultado de nossos atos, nesta ou em outra vida, mas na maioria das vezes, desta mesma vida.

Nos momentos que mais precisamos demonstrar nossa coragem de fé é onde mais fracassamos.

Se nos tempos do cristianismo nascente, as condições materiais para anunciar Jesus eram extremamente precárias, com risco de morte, hoje em dia os obstáculos de ordem moral também são extremos e a criatura pode se perder no emaranhado sombrio de seu mundo íntimo, tanto quanto muitos se perderam no início do cristianismo.

Assumir Jesus em sua vida, declarar a quem pergunte, demonstrar por seus atos e decisões que é cristão, que é espírita, ainda incomoda muita gente.

Procuremos refletir seriamente nisto porque a Doutrina Espírita, na qualidade de Cristianismo Redivivo não nos impõe nada, não exige nada e não descreve regras ou hierarquia de qualquer espécie. Mas, na medida que começamos a entender seus ensinamentos vamos adquirindo uma consciência espiritual mais lúcida, cuja lucidez não nos permitirá desfrutar dos mesmos erros do passado.

 

 

 

Fonte:.http://www.panoramaespirita.com.br/

 

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Texto de reflexão: 15/07/09

Oração e Renovação

"Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram." - PAULO. (HEBREUS,10:6.)

É certo que todo trabalho sincero de adoração espiritual nos levanta a alma, elevando-nos os sentimentos.

A súplica, no remorso, traz-nos a bênção das lágrimas consoladoras. A rogativa na aflição dá-nos a conhecer a deficiência própria, ajudando-nos a descobrir o valor da humildade. A solicitação na dor revela-nos a fonte sagrada da Inesgotável Misericórdia.

A oração refrigera, alivia, exalta, esclarece, eleva, mas, sobretudo, afeiçoa o coração ao serviço divino. Não olvidemos, porém, de que os atos íntimos e profundos da fé são necessários e úteis a nós próprios.

Na essência, não é o Senhor quem necessita de nossas manifestações votivas, mas somos nós mesmos que devemos aproveitar a sublime possibilidade da repetição, aprendendo com a sabedoria da vida.

Jesus espera por nossa renovação espiritual, acima de tudo.

Se erraste, é preciso procurar a porta da retificação.

Se ofendeste a alguém, corrige-te na devida reconciliação.

Se te desviaste da senda reta, volta ao caminho direito.

Se te perturbaste, harmoniza-te de novo.

Se abrigaste a revolta, recupera a disciplina de ti mesmo.

Em qualquer posição de desequilíbrio, lembra-te de que a prece pode trazer-te sugestões divinas, ampliar-te a visão espiritual e proporcionar-te consolações abundantes; todavia, para o Senhor não bastam as posições convencionais ou verbalistas.

O Mestre confere-nos a Dádiva e pede-nos a iniciativa.

Nos teus dias de luta, portanto, faze os votos e promessas que forem de teu agrado e proveito, mas não te esqueças da ação e da renovação aproveitáveis na obra divina do mundo e sumamente agradáveis aos olhos do Senhor.

 

Texto de reflexão de 15/07/2009

Livro Vinha de Luz

Pelo Espírito de Emmanuel

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